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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013


PODER AUTÁRQUICO

Os “profissionais” da política enchem a boca com a máxima de que o poder autárquico é o que está mais perto das pessoas, é o que responde mais diretamente às necessidades das populações. No entanto agora que se aproxima o fim dos seus “reinados”, lutam desesperadamente por um lugarzinho noutra localidade.
De repente a terra que “tinham no coração”, deixa de ser a mais importante, e qualquer outro lugar, onde não residem, onde são “estrangeiros”, onde provavelmente lhe passam ao lado as reais necessidades sociais, educacionais, de mobilidade e de sustentabilidade urbana e ambiental, passa a ser a sua “paixão”...

Portugal precisa efetivamente de pessoas capazes de ajudar os outros, capazes de saber respeitá-los, capazes de ser responsáveis pelos seus actos com a perfeita noção de desenvolvimento sustentável e de soluções duráveis, ainda que menos espectaculares. De pessoas que sejam sobretudo capazes de reconhecerem os seus limites e a importância dos outros, dos que consigo partilham na vida os mesmos espaços, os mesmos lugares, o mesmo Mundo!...

Um ser humano só pode ser verdadeiramente grande quando consegue perceber que é no dar que se recebe e que ninguém é mais do que ninguém, mesmo que tenha tido a sorte de ter uma maior dádiva de capacidades, ou a maior parte das vezes, de oportunidades!...

O conhecimento orgulha-se por ter aprendido tanto; A Sabedoria humilha-se por não saber mais.” (William Cowper)

E sabedoria é sem dúvida ter a consciência de que “viver não custa, custa é saber” e sabendo que o mérito de cada um deve ser também reconhecido pelo próprio, no sentimento do dever cumprido e na consciência de que deu efectivamente o melhor de si, numa perspectiva de construção, mas tendo a consciência de que “em qualquer magistratura, é indispensável compensar a grandeza do poder pela brevidade da duração." (Montesquieu)

É tempo pois de dar lugar a outros, Portugal precisa de outras visões, de outras formas de atuar e sobretudo de pensar, numa prespectiva de construção de um futuro sustentável e de respeito pelos cidadãos e em última análise, na verdadeira acepção da palavra, pela TERRA, como património comum.



Maria Teresa Serrenho




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