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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Comunicação na Assembleia Municipal sobre a manutenção das valências do Hospital

Assembleia Municipal de Caldas da Rainha dia 21 de Fevereiro às 21h, não houve "21 às 21" por ser dia de Carnaval, mas houve assembleia Municipal Extraordinária e o MVC fez-se representar através da sua Presidente com a seguinte intervenção:

INTERVENÇÃO DO MOVIMENTO VIVER 0 CONCELHO (MVC)
Boa noite, meus senhores e minhas senhoras, permitam-me que dispense as formalidades. Afinal todos estamos aqui, como caldenses e é como caldense que vos quero falar.
Começo por lembrar como esta cidade era importante no início dos anos setenta… Estive a estudar em Leiria e nessa altura Caldas da Rainha parecia mais a capital de distrito do que aquela cidade.
Caldas era uma cidade cosmopolita, desenvolvida comercial, industrial e culturalmente. Havia mesmo quem disse-se que o seu “azar”, era estar tão perto de Lisboa, ou poderia passar a ser a capital de distrito.
É certo que os tempos mudaram, no entanto não posso deixar de acentuar o enorme retrocesso na relevância da nossa cidade no país. Basta vermos a falta de indicação da nossa cidade nas placas das auto-estradas, e vermos por outro lado, ainda hoje, placas bem antigas a indicar Caldas da Rainha, nalgumas localidades limítrofes de Lisboa.
Como cidade termal, tendo as mais antigas termas da Europa, não aproveitámos minimamente o novo incremento, que têm tido as termas pelo país fora, onde pequenas terrinhas se têm desenvolvido, baseadas nessa temática. Até as feiras onde fomos pioneiros e que tantos forasteiros traziam à cidade, acabaram por definhar, enquanto outras que se fizeram depois, e recolhida a nossa experiência, são hoje fonte de desenvolvimento das suas terras.
Com este preâmbulo quero chegar ao grande problema da nossa cidade: ser governada por dois “senhores”, de um lado o poder autárquico, e, por outro, o poder do Hospital, proprietário dos ex-líbris da cidade. As consequências deste poder bipartido, estão à vista de todos!
Caldas da Rainha nasceu sobre uma fonte de vida, a sua origem deve-se mesmo a esse desígnio, pela sua localização continua a poder ser um centro prestador de serviços de saúde e promoção de uma melhor qualidade de vida para as populações vizinhas. É sempre agradável ouvir, ainda hoje, muitas mães de concelhos vizinhos, manifestarem um carinho especial pelas Caldas, pois os seus filhos nasceram no nosso hospital.
Não pode pois o poder, dividir o “espólio” das valências hospitalares, como quem distribui cartas num jogo de sueca, onde os ases e as biscas ficam nas mãos dos “jogadores” mais poderosos, ficando mais uma vez as Caldas apenas com os duques, continuando também a perder neste sector, a importância e protagonismo de outros tempos.
Ainda há pouco tempo, os partidos candidatos às eleições legislativas, defendiam a construção de um novo hospital, todos opinavam sobre a construção do hospital oeste norte, sempre com a preocupação de agradar o mais possível ao seu eleitor.
Com a crise existente, vivemos momentos de grande dificuldade, houve muitos erros, muito má gestão, muita falta de planeamento e de competência, mas não se podem corrigir erros com outros erros, e muito menos colocar aspectos económicos e financeiros, acima da saúde e da vida dos cidadãos.
A nossa democracia precisa de uma nova ordem em que as populações, maiores vítimas da crise, têm de estar entre as preocupações principais.
Os partidos, fundamentais em democracia, continuam a mostrar-se manietados por interesses e jogos de poder, não debatem ideias, não reflectem, não tomam decisões ouvindo as bases, ouvindo os cidadãos que pretendem representar, ou melhor de quem pretendem apenas o voto. Enquanto cidadãos independentes, como MVC – Associação Movimento Viver o Concelho – temos que expressar a nossa desconfiança, face à procura de protagonismos ou à troca de acusações entre partidos, que parecem mais preocupados com o aproveitamento que podem tirar desta situação, do que propriamente com a defesa do bem comum e o interesse dos cidadãos.
As decisões estão cada vez mais prisioneiras de cúpulas, de interesses, muitas vezes com propósitos diferentes dos seus padrões ideológicos, que lançam a confusão, o descrédito e a desesperança, porque as ditas preocupações sociais, que dizem possuir, são de mera fachada.
A saúde, a qualidade e a esperança de Vida, têm que ser prioritárias e estar acima de interesses de qualquer espécie. A sintonia das decisões tem que se centrar na resolução das necessidades, dos que efectivamente mais precisam e quando se trata de saúde, nunca se sabe qual de nós precisará primeiro!
Trata-se de uma questão que a todos deve preocupar e mobilizar em uníssono, claro que compete aos agentes do poder local uma palavra fundamental quanto a esta reforma, e reiteramos aqui a sua responsabilidade na defesa dos interesses dos cidadãos que os elegeram e daqueles que mesmo não os tendo elegido, têm que ser por eles representados.
Este é o momento de deixarmos de ser “águas mornas”, de tudo consentirmos, há que defender efectivamente o direito à saúde e porque não a importância efectiva das Caldas da Rainha na região.

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