PODER
AUTÁRQUICO
Os
“profissionais” da política enchem a boca com a máxima de que o
poder autárquico é o que está mais perto das pessoas, é o que
responde mais diretamente às necessidades das populações. No
entanto agora que se aproxima o fim dos seus “reinados”, lutam
desesperadamente por um lugarzinho noutra localidade.
De repente a
terra que “tinham no coração”, deixa de ser a mais importante,
e qualquer outro lugar, onde não residem, onde são “estrangeiros”,
onde provavelmente lhe passam ao lado as reais necessidades sociais,
educacionais, de mobilidade e de sustentabilidade urbana e ambiental,
passa a ser a sua “paixão”...
Portugal
precisa efetivamente de pessoas capazes de
ajudar os outros, capazes de saber respeitá-los, capazes de ser
responsáveis pelos seus actos com a perfeita noção de
desenvolvimento sustentável e de soluções duráveis, ainda que
menos espectaculares. De pessoas que sejam sobretudo capazes de
reconhecerem os seus limites e a importância dos outros, dos que
consigo partilham na vida os mesmos espaços, os mesmos lugares, o
mesmo Mundo!...
Um ser
humano só pode ser verdadeiramente grande quando consegue perceber
que é no dar que se recebe e que ninguém é mais do que ninguém,
mesmo que tenha tido a sorte de ter uma maior dádiva de capacidades,
ou a maior parte das vezes, de oportunidades!...
“O
conhecimento orgulha-se por ter aprendido tanto; A Sabedoria
humilha-se por não saber mais.” (William Cowper)
E sabedoria
é sem dúvida ter a consciência de que “viver não custa, custa é
saber” e sabendo que o mérito de cada um deve ser também
reconhecido pelo próprio, no sentimento do dever cumprido e na
consciência de que deu efectivamente o melhor de si, numa
perspectiva de construção, mas tendo a consciência de que “em
qualquer magistratura, é indispensável compensar a grandeza do
poder pela brevidade da duração."
(Montesquieu)
É
tempo pois de dar lugar a outros, Portugal precisa de outras visões,
de outras formas de atuar e sobretudo de pensar, numa prespectiva de
construção de um futuro sustentável e de respeito pelos cidadãos
e em última análise, na verdadeira acepção da palavra, pela
TERRA, como património comum.
Maria
Teresa Serrenho
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